segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Roteiros Geograficos - 25.09.10

(Re)conhecendo e descortinando os símbolos da Rua do Mercado, Praça XV e arredores
Igreja de Nossa Senhora do Carmo, antiga Catedral, de reais e imperiais batismos, casamentos e sagrações (visita), Convento do Carmo de D. Maria I, a Louca; Palácio Tiradentes (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro – ALERJ) - rua D. Manuel e os prédios do Museu Naval e da Procuradoria geral do Estado do Rio de Janeiro, Paço Imperial e de Isabel de Orleans e Bragança; A beleza da Estação das Barcas; Chafariz do Mestre Valentim; Praça XV da chegada da família real, do cortejo fúnebre, e das comemorações da Abolição da Escravidão; Arco do Telles do antigo Senado da Câmara; Travessa do Comércio/ sobrado de Aurora e Cármen Miranda; Rua do Ouvidor, logradouro inicial da iluminação a gás e da energia elétrica no espaço coletivo Carioca, de Machado de Assis e Chiquinha Gonzaga, bem como dos primeiros acordes do Carnaval Carioca, das lutas pelo abolicionismo e a República e das Confeitarias e lojas elegantes; Rua dos Mercadores; Rua do Rosário; Rua do Mercado; Beco da Cultura

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Conjunto Habitacional do Pedregulho

Fonte: http://www.jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=38624

Sobre as ondas


Publicada: 02/08/2009


Abandonado pelo poder público mas cada vez mais visitado por arquitetos e urbanistas do mundo todo, o Pedregulho ainda é um exemplo de habitação popular no centenário de seu criador, Affonso Eduardo Reidy.

O Conjunto Habitacional Pedregulho, no bairro de São Cristóvão, é uma onda. O formato sinuoso de seu principal prédio e outros equipamentos urbanos ao redor atraem centenas de arquitetos e urbanistas do mundo inteiro, que saem com a sensação de terem visto uma obra de arte. Tanta visitação tem aumentado à medida que se aproxima o centenário de nascimento do franco-brasileiro Affonso Eduardo Reidy, nascido em Paris em 26 de outubro de 1909 e responsável pela concepção do projeto. O alvoroço em torno do trabalho mais renomado internacionalmente de Reidy enche de orgulho os moradores do lugar, que só não entendem por que o Pedregulho foi tão esquecido pelo poder público.

—- Você não imagina o quanto de estrangeiro que entra na nossa casa. E fotografa daqui, fotografa dali — acha graça Beatriz Bóboda, de 78 anos, há 40 num dúplex de dois quartos do prédio principal do conjunto.

A variedade dos 272 apartamentos da edificação curva impressiona: há quitinete, quarto-e-sala e dúplex com dois, três e até quatro quartos, de 29 a 80 metros quadrados. A arquitetura de Reidy traz aqui um ensinamento bem atual em relação à moradia popular. Diferentemente das unidades habitacionais do Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC), que por razões orçamentárias têm no máximo 41 metros quadrados, no caso do Pedregulho foram previstos a diferença de tamanho das famílias brasileiras e o seu crescimento.
O edifício sobre os pilotis no alto do Morro do Pedregulho oferece uma vista incrível da cidade.
Dali, veem-se a Igreja da Penha, um pedaço da Baía de Guanabara e da Ponte Rio-Niterói, um pôr do sol espetacular e como o Complexo do Alemão é enorme e a Favela do Tuiuti se expande rumo ao Pedregulho, mas isso a prefeitura parece que não vê.

Seria muito injusto não enxergar que Reidy não bolou o Conjunto do Pedregulho sozinho. Ele teve como musa inspiradora Carmen Portinho, a primeira urbanista do país. Praticamente todas as ideias ali contidas foram trazidas por ela, após uma viagem à Inglaterra, com bolsa de estudos do Conselho Britânico, para acompanhar a reconstrução de cidades bombardeadas no pós-guerra, em 1945. À época, ela percebeu que os novos conjuntos habitacionais de metrópoles como Londres e Liverpool não se limitavam a residências em série, desconexas entre si, imagem comum aos conjuntos do Brasil erguidos a partir de 1964, com a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH). Nada disso. Ao seu redor, os ingleses tinham escola, postos de saúde, mercados, centros esportivos e acolhedores espaços de convivência.

Carmen relata em seu livro de memórias, “Por toda a minha vida”, em depoimento dado a Geraldo Andrade, sua experiência britânica: “Aprendi muita coisa com os ingleses, não só na parte de urbanismo, mas igualmente a solidariedade, a parte social que, infelizmente, no Brasil é desprezada, mas que lá era fundamental; todo mundo só pensava em construir para o soldado, para a família que vinha de fora, porque o país estava semidestruído.” Carmen já era então companheira de Reidy, embora os dois nunca tivessem se casado oficialmente, deixando de lado os moldes rígidos daquele tempo. Logo após a viagem, ela passou a ser a diretora do Departamento de Habitação Popular (DHP) do Rio, então Distrito Federal, e chefe do seu namorado, já então funcionário da Prefeitura do Rio.

Os traços de Reidy seguiram à risca as determinações dela. Em 1950, foi inaugurado — embora incompleto — o Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, nome oficial do Pedregulho.

Ele nascia ainda sem o prédio principal e com escola, ginásio esportivo coberto, piscina semiolímpica, vestiários, posto de saúde, mercado, lavanderia coletiva e dois blocos menores, com 28 apartamentos dúplex cada, de dois, três e quatro quartos. O prédio maior, aquele em forma de onda, só ficaria pronto em 1960, ano em que a capital federal se transferiu para Brasília, e o Pedregulho ficou à míngua.

O paisagismo de Burle Marx, que fez um painel numa sala da escola, mais um painel de azulejos de Portinari na parte externa do ginásio e outros de Anísio Medeiros realçavam as instalações. Os três artistas nada cobraram pelo trabalho. Em 1953, o projeto ganhou o principal prêmio da Bienal Internacional de São Paulo.
Arquiteto do PAC dos complexos do Alemão e de Manguinhos, o argentino Jorge Jauregui é enfático nos elogios e na indignação pelo abandono do Pedregulho.

— Inspirado no arquiteto franco-suíço Le Corbusier, o Pedregulho de Reidy é uma das mais altas realizações da arquitetura de conteúdo social da América Latina — diz. — É prioritário que esse grupo de edificações seja recuperado, para continuar servindo de exemplo do que é possível fazer em termos de moradia. Nele, há todos os equipamentos necessários para a evolução de uma vida social interativa.

Jorge dá um exemplo mais específico da qualidade arquitetônica. Para ele, o desenho ondulante do edifício maior dialoga “brilhantemente” com o desenho curvo do teto e com as rampas da escola. A arquiteta Helga Santos, moradora do Pedregulho por pura paixão, capta outro ângulo do conjunto.

— Olha só a interação da curva que emoldura o painel do Portinari com o edifício principal ao fundo — aponta.

Helga caminha ao mesmo tempo em que emprega termos arquitetônicos incompreensíveis a um leigo. Ventilação cruzada? Ela ri:
— O prédio com ondulação tem um imenso corredor onde se pisa logo que se sai de casa. E esse corredor (de 200 metros), que parece varanda, é margeado por cobogós (elementos vazados), que deixam o vento passar e filtram a luminosidade. Basta que se abram a porta de entrada e a janela da sala para que o vento corra por toda a casa — diz Helga, que reside num dúplex de quatro quartos, num dos blocos abaixo do prédio mais famoso.

Abrir as portas das casas nesse corredor é algo que todo mundo ali faz. Crianças com patins, patinetes e bolas, vizinhos em conversas animadas e pedidos de açúcar e café transformam a área num animado espaço de convivência.
Helga também descreve as sombras do conjunto. A arquiteta vai até o terceiro pavimento e diz que ali é o PUC, Pavimento de Uso Comum, que, em vez de remeter a um playground, sugere mais uma rua, de tão extenso e largo.
Na escola, pormenoriza a arquiteta, telas de vidro móveis separadas por ferro compõem a fachada lateral onde não bate sol. De dia entra alguma luminosidade nas cinco salas de aula; mas o calor, não.
O apuro do projeto, porém, não oculta o fato de que o Pedregulho é como um paciente respirando por aparelhos.

Em 1962, o arquiteto Le Corbusier, o grande mestre de Reidy e da arquitetura moderna, veio ao Brasil para conhecer Brasília e, a pedido de Carmen Portinho, passou pelo Rio. Ela lhe ofereceu um almoço no Museu de Arte Moderna, o MAM, outra grande obra de Reidy. Carmen contou, numa entrevista, que perguntou a Corbusier se ele queria ir até o Pedregulho. Ficou surpresa quando ele lhe disse que já tinha ido: “Assim que saí do aeroporto, pedi para me levarem lá.” Ela ficou nervosa e disse: “Estou muito envergonhada. As autoridades não reconhecem o trabalho. Não gastam nenhum tostão para conservar aquilo e o deixam sem acabamento.” Não à toa, o conjunto está virando ruína. Presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Dayse Góis alerta que há infiltrações e ferragem aparente no prédio principal:
— Nele, como há cobogós no corredor que não foram substituídos, há perigo de crianças caírem pelos vazios deixados. A fachada do prédio, descaracterizada, precisa de reparos urgentes. E o pior: a lavandeira coletiva não existe mais, e a edificação onde funcionava está mal conservada. Feminista, Carmen queria que as mulheres não lavassem roupa, para que se dedicassem mais ao trabalho. O mercadinho também está mal conservado e o posto de saúde, destruído.

Dayse explica que o conjunto, antes do governo federal, passou a pertencer ao governo estadual em 1978, quando a Companhia Estadual de Habitação e Obras o assumiu:
— Como ele é tombado pela prefeitura, deveria haver um entendimento entre os dois níveis de governo. Se houvesse o tombamento por parte do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), os três níveis de governo estariam envolvidos. Ao ser visitado todo ano por arquitetos do mundo todo, o Pedregulho representa o Brasil.

Superintendente do Iphan-Rio, Carlos Fernando Andrade afirma que o processo de tombamento do conjunto está na fase final, mas há um impasse:
— Do jeito que está, não se pode tombá-lo, mas é um absurdo não tombá-lo.

A questão fundiária do conjunto também é grave. Ele foi construído para funcionários públicos de baixa renda, que pagavam um aluguel baixo. Quando o prédio deixou de ser da União, restou um imenso problema.
— Algumas pessoas, por não serem donas dos imóveis, não ajudam na conservação — ressalta Dayse.

Benfica, RJ - Um Pouco de sua História

Fonte: http://torinoblog.blogspot.com/2009/10/historia-dos-bairros-do-rio-de-janeiro.html

Faz tempo procurava algum fato histórico deste bairro. Meu interesse está no fato daquela região ter sido um pântano. O endereço acima é a primeira fonte que encontro sobre esse tema.

A região original onde situa-se hoje o bairro de Benfica era composta de alagadiços que se estendiam da Baía de Guanabara até a região da Praia Pequena. Por ela passava a Estrada Real de Santa Cruz, vinda do Largo da Cancela, em São Cristóvão, e que corresponde à atual rua São Luiz Gonzaga e à Av. Dom Hélder Câmara (antiga Av. Suburbana). A principal via local era a rua da Alegria (atual rua Prefeito Olímpio de Melo), que seguia até o bairro do Caju. No Largo do Pedregulho fica a “Fonte da Medusa”, também chamada de “Bicão”, confeccionada em ferro fundido, com base na escultura do artista francês Henri Frédéric. No trecho da Estrada Real, correspondente à rua São Luiz Gonzaga, as pessoas paravam para dar água aos cavalos.


Um dos marcos do bairro hoje é o Hospital Central do Exército, adquirido junto ao Jockey Club em 1892, com seus três primeiros pavilhões, inaugurados em 1902, e o Pavilhão Central Floriano Peixoto, inaugurado em 1913. Destacam-se também o Mercado CADEG, que comercializa produtos agrícolas vindos do interior do Estado com 420 lojas e intensa movimentação noturna, e o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, projetado pelo arquiteto Afonso Eduardo Reidy e construído em 1947, considerado patrimônio histórico e arquitetônico.

O bairro abriga o atual pólo de iluminação na “Rua dos Lustres” (rua Senador Bernardo Monteiro), o Mercado Municipal do Rio de Janeiro, indústrias, conjuntos habitacionais e as comunidades Vila Arará, Herédia de Sá, Mal. Jardim, entre outras. Hoje Benfica é um bairro de classe média, média-baixa e baixa, degradado, localizado próximo a Mangueira e a São Cristóvão. A favelização de parte de sua área plana é um dos fatores desta degradação. Existem sobrados do século XIX em estado precário, da época em que a região era uma das mais nobres da cidade. Por ser o bairro próximo à moradia do imperador, à época do Império, havia atração da nobreza por aquelas áreas. Com a entrada da república e a mudança de residência dos chefes de governo, houve transferência de grande parte dos ricos para a zona sul.


Antigamente também existiam as fábricas da CCPL (Cooperativa Central dos Produtores de Leite), atualmente transformada em uma favela, após invasão sofrida em função da desativação. Atualmente conta com um galpão de distribuição dos Correios e também abriga a Rede Record. A mesma fica onde anteriormente ficava a fabrica da IBM.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sarau de "modinhas imperiais",

Local: Museu do I Reinado

Dia: 07/09, 3ª feira

Horário: 15h

Com: Soprano Anne Duque Estrada e Cristiano Rizzoto ao piano.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Qual é a tua obra?

Participei de uma palestra sobre bullying muito interessante. Um dos convidados além de mencionar o Homem e as viagens de Carlos Drumond de Andrade, cita o livro com o titulo acima. confesso que não gravei o nome do autor. Mas ao recitar Drumond, a parte que mais marcou foi:

"Só resta ao homem


(estará equipado?)

A dificílima dangerosíssima viagem

De si a si mesmo:

Pôr o pé no chão

Do seu coração

Experimentar

Colonizar

Civilizar

Humanizar

O homem

Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas

A perene, insuspeitada alegria

De con-viver."
 
Pra pensar